domingo, 11 de julho de 2010

Espanha "massacra" Holanda nas estatísticas; veja mais

11 de julho de 2010 14h12 atualizado às 14h14

Com um gol de cabeça de Puyol, a Espanha faz 1 a 0 sobre a Alemanha e avança à final do torneio   Foto: AP

Puyol marcou o gol da classificação da Espanha à decisão; país é superior ao rival deste domingo nas estatísticas
Foto: AP

Diego Garcia

A Copa do Mundo da África do Sul tem seu desfecho e conhece seu vencedor neste domingo, , às 15h30 (de Brasília), quando Holanda e Espanha duelam no Estádio Soccer City, em Johannesburgo. Os holandeses vêm de uma série impressionante de vitórias seguidas, enquanto os espanhóis são arrasadores nos números, nclusive muito superiores ao adversário laranja.

Com belas campanhas no torneio, os dois países entraram entre os favoritos na briga pelo título e despacharam a fama de "amarelões", após eliminar velhos gigantes - como Brasil e Alemanha - em suas trajetórias. Quem triunfar deixará seu nome eternizado na história do futebol, mas apenas um pode sair campeão. Confira abaixo as estatísticas dos dois finalistas no torneio:

Máquina de passes espanhola:

O toque de bola é o ponto forte da equipe espanhola desde que Luís Aragónes era o comandante, na inesquecível campanha da Eurocopa de 2008. As jogadas se iniciam desde o setor defensivo, com rápida troca de passes entre os zagueiros e laterais, até chegar ao meio de campo. A prova disso é a presença de Piqué, Capdevilla e Sergio Ramos entre os oito atletas que mais trocaram passes no torneio.

De lá, é imprescindível que os lances passem pelos pés de um homem em específico: Xavi. O meia, "motorzinho" da equipe e o principal articulador das jogadas da Espanha, é o líder absoluto de passes no Mundial, com 570 tentativas e 464 completados, um aproveitamento de 81%. O número é extremamente alto se comparado a outras equipes. O craque e maestro holandês Sneijder, por exemplo, efetuou apenas 325 passes no torneio, sendo 230 corretos - ou 71%.

A alta média de passes certos no time espanhol é assombrosa. Ainda na lista dos 8 principais atletas que mais executaram o fundamento na Copa, seis são espanhóis. Além dos quatro já citados, aparecem os também meio-campistas Busquets e Xabi Alonso, e o aproveitamento de todos eles é superior a 80%. Na seleção laranja, o que melhor utiliza o quesito é o capitão Van Bronckhorst, com 72% (344, com 248 corretos).

Superioridade ibérica nos critérios de jogo e a força holandesa no ataque:

A Espanha é superior à Holanda em quase todos os critérios. Deu mais cruzamentos (146 a 87), teve mais escanteios a favor (48 a 25) e correu mais (631 km contra 617). Nesse critério, o líder entre as duas equipes é novamente Xavi, que comprova sua eficiência técnica nos números.

Os ibéricos também atacaram mais vezes (97 a 60) e, nos chutes a gols, nova vitória da Espanha, com 103 tentativas contra apenas 80 dos holandeses. Os goleadores aparecem na liderança do quesito, já que Villa vem com 26, enquanto Sneijder soma 22. No entanto, a equipe laranja acertou um arremate a mais às metas adversárias (41 a 40), o que justifica que tenha feito mais gols (12 a 7).

A explicação para o baixo índice de acertos nos chutes espanhóis é demonstrado pelos autores de seus gols. Villa fez cinco, Puyol e Iniesta fizeram os outros dois. Na Holanda, a artilharia é mais diversificada, com Sneijder (5), Robben (2), Van Bronckhorst, Kuyt, Van Persie, Huntelaar e Agger (da Dinamarca, contra) e completaram, com um tento cada.

Solidez da defesa espanhola e a violência cor de laranja:

A defesa espanhola se mostrou mais sólida, levando apenas dois gols e podendo se tornar a campeã menos vazada da história, ao lado de França (98) e Itália (2006). A equipe dos Países Baixos, por sua vez, sofreu cinco. Apesar disso, a seleção laranja desarmou mais vezes que o rival deste domingo (53 a 38).

Aliás, o fator defensivo é um dos poucos que os holandeses se destacam, e de uma forma negativa. A equipe dos Países Baixos é a primeira colocada absoluta no número de faltas cometidas (98), ficando apenas uma atrás do Uruguai (99), que tem um jogo a mais. Também é a líder nos cartões amarelos, com 15 recebidos.

Os espanhóis, por sua vez, aparecem mais serenos em relação à violência, com 62 infrações e apenas três amarelos. A atual campeã europeia é uma das que mais sofrem com as duras entradas dos adversários, sendo o país que mais recebeu faltas (106, contra 98 dos holandeses).

A decisão:

Vale lembrar que, em uma partida decisiva de Mundial, pouco importa os números anteriores. Holanda e Espanha, tão acostumadas a se destacarem nos jogos iniciais de Copas anteriores, a ponto de avançarem aos embates decisivos como favoritos, sabem muito bem o que é sucumbirem perante a pressão, já que por tantas vezes fizeram bonito, mas "morreram na praia".

Portanto, neste domingo, às 15h30, em Johannesburgo, as duas seleções colocam em campo não apenas retrospectos impecáveis, mas também décadas de fracassos e decepções. Quis o destino que um deles, apenas um, tenha a oportunidade ímpar de esquecer os erros do passado e, enfim, consiga erguer a mais valorosa taça de futebol do planeta. Resta saber quem.

Confira abaixo todos os números de Espanha e Holanda no Mundial da África do Sul:

Obs: os jogadores em parênteses são os líderes nos quesitos.

Gols marcados:
Espanha - 7 (Villa, 5)
Holanda - 12 (Sneijder, 5)

Gols sofridos:
Espanha - 2
Holanda - 5

Passes efetuados:
Espanha - 4206 (3.387 certos - Xavi, 570 efetuados com 464 certos)
Holanda - 3366 (2.434 certos - Van Bronkhorst, 344 efetuados com 248 certos)

Escanteios a favor:
Espanha - 48 (28 aproveitados)
Holanda - 25 (7 completados)

Distância percorrida:
Espanha - 631,03 km (Xavi, 65,22 km)
Holanda - 617,62 km (Kuyt, 59,97 km)

Distância percorrida com bola:
Espanha - 228,36 km
Holanda - 290,17 km

Velocidade média:
Espanha - 28,15 km/h
Holanda - 28,35 km/h

Ataques a favor:
Espanha - 97 (29 pela esquerda, 35 pelo centro, 33 pela direita)
Holanda - 60 (20 pela esquerda, 25 pelo centro, 15 pela direita)

Chutes efetuados:
Espanha - 103 (40 no gol - Villa, 26)
Holanda - 80 (41 no gol - Sneijder, 22)

Desarmes realizados:
Espanha - 38 (Xabi Alonso, 8)
Holanda - 53 (Mathijsen, 7)

Faltas cometidas:
Espanha - 62 (Sergio Ramos, 15)
Holanda - 98 (Sneijder, 13)

Faltas sofridas:
Espanha - 106 (Iniesta e Busquets, 18)
Holanda - 98 (Van Bommel, 19)

Cartões amarelos:
Espanha - 3
Holanda - 15

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